No comando do governo o PP perdeu a inocência e passou a atuar em duas frentes de forma ostensiva, isto é, nada dissimulada. Administrativamente, o governador exerceu seu papel, partindo da premissa de que herdara um Estado com suas finanças altamente comprometidas, restando a ele explicitar seus desafios de caixa e justificar sua política de contenção. Ao ecoar suas angústias e apreensões, transferiu ao governo anterior a autoria de todos os problemas encontrados, abrindo a perspectiva de que seria o destinatário natural das conquistas anunciadas, para o futuro, tão logo superasse os entraves administrativo herdados. Coube ao mago das finanças, Jorcelino Braga traduzir essa realidade de forma direta, fechando o cofre e lançando mão de um torniquete na contenção dos gastos e ampliação dos mecanismos de arrecadação, com revisão e intervenção nos critérios de incentivos, dentre outras alquimias para sair do sufoco.
O próximo passo do PP, com certeza, será perder a ambigüidade, retomando o caminho inicial de sua até então opaca trajetória, só conquistando direito a generosos espaços na mídia tão logo ascendeu ao Poder. Equivale a dizer que, contabilizado o resultado eleitoral, o PP se convencerá de que fora da aliança, responsável pelo seu revigoramento, não haverá salvação.
A rigor, essa percepção já chegou à cúpula partidária, extraindo do governador sucessivas declarações de que o caminho natural do PP é mesmo permanecer no condomínio partidário que o fez, primeiro, coadjuvante, depois protagonista. Não se contava mesmo com a possibilidade de que o PP, assim como os demais partidos, fugisse ao figurino. Nenhum partido cultiva a memória afetiva, seguindo linearmente um caminho previsível a partir de opções políticas ditadas por razões sentimentais, manifestação de gratidão, ou apego às leis da reciprocidade. Por isso, as desavenças e trocas de farpas entre PP e PSDB pontuaram o início do governo, mas não roubam dos partidos o senso comum de que sobreviver é preciso.
Razão única que os impele rumo às mais surpreendentes alianças, dependendo da ocasião, sem perder de vista todas as conseqüências de cada decisão.
O foco no PP é pela tempestividade com que ele se revelou, uma vez alcançado o topo, ou seja, ao assumir o posto político de maior relevância no Estado. Passada a euforia, a realidade vai se desenhando à sua frente, recomendando mais cautela nos atos e nas declarações. Aquela hipótese aventada lá atrás, de que um terceiro eixo poderia surgir em Goiás tendo o PP como principal elemento catalisador dos grupos deslocados na aliança ou bolsões de resistência à liderança cristalizada no senador Marconi Perillo, parece ter sido descartada ou pelo menos perde força a cada dia. Aquele fervor individualista ou grupista, levado adiante pelas renitentes declarações de seu presidente Sérgio Caiado , também dá sinais de exaustão. Compreende-se que fora tentadora a oportunidade, no início do governo, para aqueles que, supondo dispor de poderes aracnídios iniciaram a tentativa de tecer uma diabólica trama, no sentido de transformar em adversários no futuro os rivais de hoje e que foram indispensáveis aliados de ontem. Passado o clima de euforia, as partes em divergências se convencem de que fora da aliança há pouca esperança de expansão de seus tentáculos de poder, até porque do outro lado não é menor a ambição e nem convém subestimar a experiência dos que já foram governo e hoje se cacifam para retomar o controle do Estado. A regra neste emaranhado de interesses grupais é clara: político ingênuo não existe. O que existe são eleitores de boa fé, sempre pronto a eleger seu líder, tenha ele poucos ou muitos defeitos, mas o que importa é o carisma, acrescido da imagem de liderança cinco estrelas. Poucos, muito poucos, ascendem à constelação.
O governador está no curso de uma administração cuja fase mais desafiadora já dá sinais de ter sido superada, cabendo a ele agora obter a marca de seu governo no volume de obras e benefícios que legará à população, com o rótulo exclusivo do alcidismo. Há pela frente o ano 2009, que se supõe promissor, seja política, seja administrativamente. Isto porque o PP tende a ampliar seus tentáculos no interior,contabilizando vitórias para arvorar-se de parceiro com peso político igual ao PSDB. No plano administrativo, a sagacidade do governador de cultivar a boa relação com o governo Lula deverá se converter em transferências mais generosas de recursos num ano decisivo para os resultados das eleições de 2010, quando a presidência da República exerce forte influência nas disputas estaduais, levando ao paroxismo a máxima do “é dando que se recebe”. O governador, certamente, olha essa quadra de sua administração com a consciência de que todos os interesses de seu partido estarão mais preservados num espaço onde ele nasceu, cresceu e floresceu com a chegada de seu principal nome ao governo. Enquanto ele amadurece a tomada de posição, com fortes indícios de que permanecerá na aliança que o projetou ao topo estadual, ao presidente do PP cabe fazer a interface para a prevalência da frente que até agora, por força da aglutinação, deu sucessivas provas de que a união os torna invencíveis. Essa percepção é a premissa da qual parte o PSDB para advogar a causa da unidade desde os primeiros dias da nova administração, que chegou com suas idiossincrasias e com direito a identificar e assumir sua própria marca. Assimiladas as diferenças, estão os dois lados, aparentemente, em busca das semelhanças.As mesmas que os uniram há muito tempo.
2 comentários:
DEPOIS QUE A REVISTA ÉPOCA DIVULGOU PARTE DO CONTEÚDO DAS FITAS GRAVADAS PELA PF, SOBRE A FORMAÇÃO DE QUADRILHA NO ESTADO DE GOIÁS CHEFIADA POR MARCONI PERILLO, com processos tramitando sob Segredo de Justiça ... PROCESSOS: INQ/2714, INQ/ 2481, INQ/473, PET/4181, etc. Todos no Superior Tribunal Federal (STF)... MUITA COISA MUDOU: A CASA CAIU E O POVO ACORDOU!
LÓGICO, UMA HORA A CASA IRIA CAIR!
Com muita propriedade, o atual prefeito de Anápolis (Gomide), declara que “o adversário de Goiás é o PSDB”. Ora, Marconi e Cia. foi um governo de propagandas. Nunca se gastou tanto com “COTAS DE PUBLICIDADES” como no governo tucano período 1999 a 2006. Essas cotas milionárias trouxeram enormes prejuízos aos cofres públicos, e serviram apenas para DIFAMAR o adversário e ENDEUSAR Marconi Perillo… Foi a maior promoção pessoal e partidária que Goiás já presenciou em sua história. Foram muitas obras inacabadas, outras inauguradas em véspera de reeleição que até hoje não foram concluídas. O Centro Cultural Oscar Niemayer por exemplo, foi a maior furada de obra eleitoreira: Vive fechado ao ermo, ficou inacabado, só tem a casca! Quase nunca é utizado, e bem diferente do “Centro de Convenções” que Iris construiu, que tem movimentação de eventos constantemente! Em entrevistas com o atual Secretário da Fazenda de Goiás Jorcelino Braga, e com o Promotor de Justiça do Ministério Público Federal Fernando Krebs, ficou claro e documentado, que o Governo Marconi quebrou o Estado deichando um enorme rombo financeiro, onde foram constatados enormes e milionários superfaturamentos e rombos, que a imprensa goiana não fizeram a mínima questão de divulgar… também, com essas “milionárias cotas de publicidades”…!!! Casos como o rombo CELG/UNI-RIO (Engavetado por Ivana Farina a mando de Marconi), “EVITA GOIANA” publicadas apenas na Revista VEJA edições de 19/04/2000 e 17/05/2000); TRÁFICO DE INFLUÊNCIA (divulgado apenas na Revista Época); “ESQUEMAS DE PROPINAS” (Fitas gravadas e divulgadas na Revista Isto é), ESQUEMAS DE SUPERFATURAMENTOS E FRAUDES NA SECRETARIA DA SAÚDE DO ESTADO DE GOIÁS (Denunciado pelo Promotor de Justiça do Ministério Público Federal, Fernando Krebs), um pequeno exemplo: O remédio “ICTUS” que em 2004 custava R$15,32 (cada caixa) nas farmácias, e o governo Marconi pagou R$2.551,80 por caixinha! etc., etc., etc… Mas, não é atôa que Marconi Perillo responde Processos/Inquéritos no STF, como o Inq/2481 com 130 processos apensados, e muito bem documentados pela Polícia Federal e o Ministério Público, que o incriminam por CORRUPÇÃO ATIVA, CORRUPÇÃO PASSIVA, FORMAÇÃO DE QUADRILHA, TRÁFICO DE INFLUÊNCIA, ABUSO DE AUTORIDADE, CONCUSSÃO, PREVARICAÇÃO, Etc… Mas tem muitos jornalistas bem informados como o Jorge Kajuru, que recentemente em uma entrevista revelou que: “O que Marconi Perillo roubou em 8 anos, ninguém consegue roubar em 80 (anos)”.
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