Na quiromancia moderna, diariamente exercitada nas páginas de jornais, ou nos papers e teses acadêmicas, economistas e sociólogos veladamente disputam o posto de maiores portadores dos instrumentos racionais de leitura e interpretação da sociedade. A confluência entre as duas ciências, entretanto, paira acima das mesquinharias corporativistas. Na obra de Max Weber, que por direito é um dos pais fundadores das ciências sociais, a simbiose entre os dois campos foi tanta que chega a dificultar a vida de seus biógrafos mais criteriosos. Isso em razão do afinco com que o pensador alemão se dedicou à tarefa de estruturação de uma Sociologia Econômica. Os pressupostos dessa empreitada epistemológica jamais obedeceram a uma filiação exclusiva a qualquer um dos dois lados.
Bem antes de concluir A ética protestante e o espírito do capitalismo, que restaria como seu mais badalado legado, Weber se dedicou a um levantamento minucioso, dentre os quais se destaca História geral da Economia, livro resultante de curso ministrado na Universidade de Munique entre 1919-1920. Apesar das evidências que guiam estudiosos do trabalho de Weber nessa direção, o texto de Richard Swedberg, Max Weber e a idéia de Sociologia Econômica, tem sua dose de pioneirismo por centrar no compartimento de matriz econômica, não raramente tratado como adendo do trabalho sociológico weberiano. Professor na Universidade de Estocolmo, Swedberg situa o trabalho de Weber, formatado metodologicamente a partir da idéia de ação social, como uma tentativa contínua de localização das esferas de influência atuantes sobre os indivíduos, dentre elas a de cepa econômica.
Deliberadamente, todo o arcabouço de Weber rejeita o excessivo determinismo econômico de Marx, assim como não empresta a menor importância à teleologia do autor de O Capital, que insistia na idéia de um capitalismo com os dias contados. À sociedade Sociológica alemã, em 1910, Weber inclusive chega a dizer: “(...) a visão do materialismo histórico – adotada por muitos – de que o fator econômico é, de certa forma, o ponto máximo da cadeia causal está inteiramente desacreditada como proposição científica” (apud p. 108).
A ênfase do autor, como não poderia deixar de ser, não visa privilegiar a economia como ponto sobressalente da obra de Weber, mas soube dimensiona-la como um fio condutor a perpassar desde a sociologia da religião até a importância do estudo do direito entre os trabalhos pensador alemão.
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