quinta-feira, 17 de abril de 2008

Voz de Comando

As placas tectônicas da base aliada não devem mais se mover ou, do contrário, mover-se-ão lentamente, de acordo com a vontade dos autênticos aliados. O governador Alcides Rodrigues foi sincero, além de bem explícito: “Para se fazer novos amigos não é preciso abandonar os antigos amigos”.O recado foi para o PT. O partido fez exigências que, rigorosamente, revelam um amadorismo anacrônico. Se não for amadorismo só pode ser prepotência. Neste caso é o fenômeno da osmose. A arrogância da área federal contaminando as bases regionais onde, não posso desconhecer, se abrigam políticos íntegros. Nem todos, claro.

Mas retornemos à essência. O alerta alcança outras áreas que estão a pressionar por mais espaços no governo, com a proposta de defenestração de companheiros de campanha. Quanto ao aviso, a recíproca é necessariamente verdadeira na visão do bloco antigo. E em política amigos antigos são os de ontem, aqueles que estavam juntos nas últimas contendas eleitorais, posto que nada é mais efêmero do que o mandato eletivo.

No contexto em que foi proferida, a afirmação do governador terá adquirido a marca instantânea de uma sentença - o que só reforça a autoridade de quem a proferiu. Como sentença, ela tem a força de demover os fariseus da vã tentativa de conduzir a marcha dos acontecimentos pelas ações subterrâneas. Há muita gente aplaudindo o cristalino recado do governador. E haverá, por certo, muita gente insatisfeita com a sinceridade levada ao paroxismo. Aqueles que, seguramente, vêem na coerência e na lealdade meros detalhes.

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