A grande imprensa especula cada vez mais. Por aqui também começam a bater na mesma tecla. Enquanto isso o personagem em foco amplia suas aparições, exibe aquele sorriso automático, mesmo que esteja em velório. É incrível como antes de ser político, na melhor acepção da palavra, um reputado executivo sabe o caminho para sua fácil assimilação junto ao eleitorado. Invariavelmente afável, sua fleuma inglesa, muito rara cá nos trópicos, onde é a sisudez a prevalecer na uniformização das fisionomias mais caboclas, faz a diferença a seu favor.
O primeiro impacto que a cogitação de sua candidatura ao governo vai provocar será no custo da campanha. Pela fama e pelo figurino Henrique Meirelles vem com tudo. Sabe de A a Z o poder irresistível e avassalador do dinheiro. Foi o deputado federal mais votado, mesmo tendo dado as caras por aqui nos finalmente da campanha. Sua simpatia e o inseparável charme de executivo top de linha contam, e muito. À frente do Banco Central, onde segurar a inflação é garantia de mais sucesso – se é que ainda precisa -, essa experiência também contará para evitar que sejam, de fato, inflacionados os serviços de campanha, tendo ele no epicentro das disputas.
O problema é que a lenda em torno de sua candidatura criou um grave precedente. Desfazer essa imagem é ponto capital para o sucesso de seu próximo empreendimento na área política. Se é que a sua base de sustentação não venha concluir ser Goiás pequeno demais para um executivo diplomado numa das maiores bancas financeiras dos Estados Unidos. O caixa do Banco de Boston, onde ele se revelou pelo talento, deve ser pelo menos mil vezes maior que a Secretaria da Fazenda. Mas gosto é gosto.
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