O desfecho da CPI dos cartões corporativos surpreende quem não acompanha atentamente o jogo da política. Até hoje só a CPI do caso Collor fugiu à regra nos últimos 30 anos. Contra a profecia do líder do governo no senado, Jorge Bonhausen: “essa CPI não vai dar em nada”. Deu. O presidente Collor caiu. Vale rememorar a tradução política de CPI: Grupo de desocupados escolhidos por aqueles que não estão dispostos a fazer o desnecessário”.
Quer prova mais cabal do que o desfecho de agora? Existe dossiê, existe quem mandou fazê-lo, e existem os seus objetivos. Existe também quem o remeteu para fora do Planalto, existe testemunha e, sobretudo, existem provas dos gastos excessivos da Presidência. Existe ainda a pífia e absurda alegação: “São dados sigilosos, cuja violação poria em risco a segurança do Presidente e seus familiares”.
Conclusão: o governo rastreou com lupa de última geração a intimidade da presidência do antecessor, avançou pelas contas da então primeira-dama, fazendo chacota dos gostos do casal por comidas e bebidas típicas de gente de fino trato.
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